Sem Mim, nada podeis fazer. (Jo 15,5)

Sem Mim, nada podeis fazer. (Jo 15,5)


Nada te pertube, nada de espante. Tudo passa. Deus não muda. A paciência tudo alçança. Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta!
Santa Tereza de Ávila

domingo, 6 de dezembro de 2020

Papai Noel - São Nicolau - Santa Claus

São Nicolau - Santa ClausPapai Noel -  


    Sem dúvida alguma, a figura mais atraente e popular do Natal é a do Papai Noel. Ele é representado por um bom e sorridente velhinho, de longas barbas brancas, gorro vermelho, gorduchinho, com vestes vermelhas e botas para frio, devido sua origem europeia, pois nessa época do ano neva no Velho Continente. Trás uma grande sacola nas costas, cheia de presentes.
    Personagem muito explorado no comércio, nos anúncios de propaganda, cartões postais, selos etc., durante as festas natalinas é um poderoso veículo de vendas nos costumes implantados nos países cristãos, inclusive no Brasil. Em grande número de lojas vê-se a figura de Papai Noel chamando o público e, principalmente, as crianças, badalando seu sininho ou motivado por músicas natalinas, principalmente a célebre canção "Noite Feliz". É comum também nos lares e em alguns bairros ou comunidades, a presença de um Papai Noel, distribuindo presentes às crianças, pouco antes da meia Noite de 24 de dezembro  ou mesmo nessa hora.
    A ansiedade das crianças é espantosa pois, devido sua tenra idade e ingenuidade própria dos primeiros anos, acreditam ser  um personagem real, vindo do céu. 
    Porém, decorridos alguns natais, é desfeito tão belo e ingênuo sonho, compreendendo-se então que é apenas uma figura de ficção e não um ser sobrenatural...
    Papai Noel também tem sido motivo e personagem de lindas poesias e contos populares, representando ainda um dos últimos vestígios da credibilidade infantil e de doces e puros sonhos.
COMO SURGIU A FIGURA DO PAPAI NOEL
    Existe muita controvérsia sobre a origem, porém a mais fidedigna das versões é que Papai Noel é a figura estilizada de São Nicolau, Santa Claus (uma forma reduzida de Sanctus Nicolaus) entre os ingleses e norte-americanos e, no resto da Europa, transformou-se em "Papai Noel" ( Père Nöel, em francês; Sinter Klaas, em holandês)


O venerando São Nicolau, Bispo de Mira ( Dembre, na atual Turquia), nasceu na Ásia Menor, cerca de 270 (século III). Celebrizou-se pelo zelo pastoral e pela sincera bondade que o levaram a fazer milagres, tanto em vida como após a morte.
    São Nicolau é dos santos mais populares da cristandade e na devoção popular; o culto a ele é baseado na sua inesgotável generosidade, sobretudo com as crianças, resultando em inúmeras lendas folclóricas. Em Roma existem cerca de 60 igrejas com seu nome e na Inglaterra mais de 400. Com o decorrer dos séculos foi sendo considerado o padroeiro das crianças, dos estudantes, dos escravos, dos presos, dos pobres, dos ricos e dos marinheiros. É, também, o patrono da Rússia religiosa. 
     Mesmo nos dias de hoje os marinheiros da Holanda, no momento de desejarem uma boa viagem aos seus companheiros, dizem: Que São Nicolau manobre o leme!". Os sentenciados têm-no como protetor, porquanto São Nicolau ficou encarcerado durante anos no reinado do Imperador Diocleciano e só foi libertado em razão da anistia dada por Constantino aos que se encontravam presos por motivos religiosos.
    Segundo a lenda, conta-se que o pai de Nicolau era muito rico, deixando para o filho enorme fortuna. O futuro santo, sempre generoso, soube que um vizinho estava em dificuldades para dar um casamento digno à filha sua filha. Nicolau, durante a noite, às escondidas, encheu uma pequena bolsa de moedas de ouro, jogando-a na janela do vizinho. E com isso aconteceu a festa. Mais tarde, repetiu o gesto com a segunda filha. Na terceira vez, o pai, na espreita, descobriu Nicolau, espalhando a notícia. Esta a razão porque em algumas imagens de São Nicolau veem-se as três bolsas de ouro.
     Sempre distribuindo seus bens aos pobres, principalmente às crianças, foi o grande amor de sua vida. Justamente por isso tornou-se um costume, durante muito tempo, os pais presentearem seus filhos no dia 06 de dezembro, data da sua festa litúrgica. Diziam às crianças que era São Nicolau quem trazia os presentes do céu.

    Esse costume surgiu na Idade Média, quando nas representações teatrais e nas festas dedicadas a São Nicolau em 06 de dezembro (data de sua morte), um servo saia às ruas distribuindo presentes às crianças bem comportadas e repreendendo as outras. A festa, com o decorrer dos anos , foi sendo esperada e adorada pelas crianças; ao mesmo tempo, foi sendo criada pela imaginação popular a figura que mais tarde seria consagrada como Papai Noel. 
 
São Nicolau passou a ser representado com longas barbas brancas, montando um burrinho e carregando um grande saco cheio de presentes. Ele entrava pelas chaminés das lareiras das casas, porquanto em dezembro ocorre o inverno na Europa, com muito frio e neve. Na Suécia e Noruega, falava-se que o próprio Santo era quem distribuía os presentes, colocando-os nas lareiras das casas, nos sapatos e nas meias das crianças.


    Essa tradição de presentear as crianças no dia de sua festa, 6 de dezembro, lentamente foi sendo transferida para o dia 25 de dezembro. Isto ocorreu na Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII. Até então, também nesse país festejava-se a festa de São Nicolau no dia 6. Porém, Henrique VIII entrando em choque com o Papa, devido ao seu novo casamento, rompeu relações religiosas com Roma. Com isso, a Inglaterra passou a ter seus próprios costumes nos festejos da cristandade e um destes foi a transferência das entregas de presentes do dia 6 para o Dia de Natal.
    Porém, o resto da Europa continuou a festejar a data no dia 6 e esse costume foi levado pelos holandeses para a América do Norte, quando fundaram a Nova Amsterdã. Entretanto, com a conquista de Nova Amsterdã pelos Ingleses, esta tomou o nome de Nova York. Com isso, a tradição de festejar a data passou para o dia 25 e rapidamente se espalhou por toda a América ocupada pelos ingleses. Destes, o hábito foi transferido também para os norte-americanos, que a festejam com grande euforia. Também na Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, São Nicolau é festejado com carinho e respeito.
    São Nicolau veio a falecer em 342, cercado de respeito por todos os cristãos. Em 1807 as suas relíquias e restos mortais foram transferidos para Bari, na Itália, e aí tornou-se grandemente popular. Justamente por isso, também é conhecido como São Nicolau de Bari.
(Fonte: Livro Tradições Cristãs de Douglas Michalany)
                                                         Papa Francisco venera as relíquias de São Nicolau

Papai Noel na cultura Nórdica

A figura do Papai Noel, no entanto, não remete somente à figura cristã de São Nicolau. Existem aproximações entre esse personagem e Odin, o deus mais poderoso da crença religiosa dos nórdicos. Na tradição nórdica, Odin é representado da mesma maneira que o Papai Noel: um idoso barbudo e grisalho.

Segundo a crença dos nórdicos e dos germânicos, Odin (chamado de Wotan pelos germânicos) era responsável por entregar presentes para as pessoas durante o Yule (ou Jól), festival que acontecia durante o solstício de inverno entre os nórdicos. Segundo a lenda, para realizar essa tarefa, Odin ia montado em seu cavalo de oito patas, Sleipnir. Aqui temos uma referência clara às oito renas do Papai Noel. Além disso, Sleipnir, assim como as renas, sobrevoava os céus para entregar os presentes.

Os nórdicos acreditavam que Odin passava de casa em casa entregando brinquedos e doces para as crianças. Para que isso acontecesse, as crianças nórdicas deixavam suas botas perto das chaminés e enchiam-nas com feno ou cenouras para que Sleipnir pudesse alimentar-se. Em troca, Odin enchia as botas com os mimos. E, claro, Odin entrava em cada casa pela chaminé!

Como surgiram as renas e quantas são?

Uma das características mais marcantes do Papai Noel é o seu tradicional trenó puxado por renas. A origem oficial dessa lenda é de um poema escrito pelo professor de literatura norte-americano Clement Clark Moore.

O poema, intitulado de “A visit from St. Nicholas” ou “Uma visita de São Nicolau”, foi publicado em 1823 e reunia todos os principais costumes europeus. Um destes costumes foi o do trenó puxado por renas, que até hoje é usado em algumas regiões do leste europeu.

O principal uso desses veículos atualmente é para o turismo e na corrida de trenós, que acontece todos os anos na cidade de Ruka, na Finlândia. Além disso, foi nesse poema que surgiu a imagem de um velho baixinho e gordo, que usava uma barba longa e branca.

As renas são animais característicos da região ártica e costumam viver em locais altos. Por serem animais resistentes e acostumados ao frio, elas são usadas para puxar trenós, que eram o principal meio de transporte dessas regiões.

Tradicionalmente um trenó é puxado por 8 renas. No entanto, é frequente que o do Papai Noel seja retratado com 9. Essa lenda surgiu depois de uma história escrita por Robert L. Maio, em 1939. O conto acabou sendo publicado em um livro voltado para crianças. A ideia foi da loja de departamento Montgomery Ward e rapidamente se popularizou por todo o mundo.

O conto, escrito originalmente em verso, fala sobre uma rena chamada Rudolph. Ela era ridicularizada por outras renas por ter um nariz vermelho e brilhante. Mas em uma véspera de Natal, o bom velhinho estava com problemas para encontrar o caminho da entrega dos presentes devido a forte nevada. Então, ao ver o nariz de Rudolph logo o convidou para guiar o trenó pela noite escura.

Além de Rudolph, que pode ser chamado de Rodolfo, a história também conta o nome das demais renas. São elas: Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago

    Apesar de a figura atual de Papai Noel representar mais um veículo de vendas comerciais do que um dos símbolos ligados diretamente ao nascimento do Menino Jesus, é preciso reconhecer que ele ainda encerra certos valores que despertam, reavivam e fortalecem os sentimentos humanos e cristãos. Por outro lado, o fato de também despertar credibilidade, alegria, espanto, prazer, respeito e os sonhos das crianças, justifica sua presença cada vez mais marcante nas festas natalinas. Assim, o fato real e incontestável é que a figura bondosa e simpática do velhinho de barbas brancas é uma fantasia sadia, pitoresca e de pureza em meio a um mundo cada vez mais materializado e disposto em destruir a essência do homem, que é seu próprio coração!

Feliz Natal!